A NOSSA HISTÓRIA
Conheça a nossa história.
1915
Júdice Fialho estabelece a Fábrica de Peniche, no sítio do areal, ocupando um terreno com 30.000 m². É a 8.ª unidade fabril de conservas, composta por vários edifícios industriais e pelo BAIRRO DO FIALHO. Estas habitações foram distribuídas a título gratuito para alojar os operários, assegurando mão-de-obra para o sector da indústria e da pesca do cerco.
1969
A empresa Júdice Fialho & Cª transforma-se em Júdice Fialho – Conservas de Peixe, S.A.R.L.
Os países de exportação da época já são: Inglaterra, França, Alemanha, Itália, Estados Unidos da América, Malta, Suécia, Holanda, Países Árabes, Africa do Sul, Finlândia e outros.
1988
A multinacional norte-americana H.J Heinz Company adquire as duas últimas conserveiras ao grupo, uma em Peniche e outra em Matosinhos, assim como a sua marca mais icónica Marie Elisabeth .
A fábrica de Peniche passa a pertencer à Indústrias de Alimentação – IDAL, sendo designada por divisão de conservas de Peixe.
1990
A empresa introduz novas linhas de produção de sardinha e inicia a produção de atum em Peniche.
1991
A fábrica em Peniche passa a ter uma produção cada vez mais segmentada, as principais marcas europeias produzidas são a John West, a Petit Navire e a H. Parmentier.
2005
A IDAL divisão de conservas de peixe tem 350 trabalhadores e é já nesta data o maior exportador de conservas de peixe em Portugal.
2006
Em Março de 2006, a Heinz anuncia as negociações com a Lehman Brothers para a venda das indústrias de peixe e marisco na Europa e decide autonomizar e alienar toda a sua atividade de conservas que se constitui como um grupo autónomo, com sede em frança, sob a designação MWBrands (MWB).
A nova entidade tem lugar de relevo na indústria conserveira mundial com fábricas também na França, no Gana e nas Seychelles. A unidade de Peniche integra o novo grupo, sob a nova designação de ESIP – European Seafood Investments Portugal, designação que mantém hoje.
No mesmo ano dá-se início à produção de saladas de Atum para a Inglaterra.
2010
O grupo é adquirido pela THAI UNION FROZEN PRODUCTS, o maior produtor mundial de conservas de pescado. A ESIP continua a aumentar as suas produções de sardinha, sarda e cavala e reforça a capacidade no atum com base em lombos congelados provenientes da unidade do Gana.
2015
As diversas empresas do universo Thai Union são reorganizadas dentro da nova designação e marca THAI UNION que emerge como uma grande multinacional global. A ESIP passa a pertencer à Thai Union EUROPE com sede em Paris.
2019
A Thai Union produz na ESIP conservas de sardinha e cavala em filetes, grelhadas e fumadas, e sardinhas inteiras, atum e saladas de atum.
2023
Thai Union cria na ESIP a loja de fábrica sob a marca Peniche Can by Thai Union, com as submarcas Peniche Can Store, Peniche Can Surf e Peniche Can Fish cujos produtos próprios são comercializados na loja, ao lado das marcas do grupo já produzidas na ESIP.
Thai Union e ESIP celebram assim a tradição conserveira desta unidade e território.
O Projecto da Loja
Peniche Can Store
O conceito: a construção dos barcos de pesca em madeira
O desafio: a execução de um projecto de Loja para comércio de conservas, localizada na entrada principal da Fábrica de conservas, Thai Union, em Peniche, junto à frente de mar, zona de praia e zona comercial.
Esta Loja tem como objectivo uma maior aproximação e integração da população do concelho, aos seus visitantes e à fábrica, aqui existente há largas dezenas de anos.
Na Loja vendem-se as conservas produzidas na Fábrica, com destaque para as marcas exclusivas, a Peniche Can Surf e Peniche Can Fish.
O industrial Júdice Fialho
A história da indústria conserveira, em particular a construção dos barcos de pesca em madeira, são o racional do conceito deste espaço.
O primeiro galeão a vapor surgiria em Portimão por iniciativa do industrial Júdice Fialho. O seu estaleiro, entre o Convento de S. Francisco e a sua fábrica de conservas do mesmo nome, seria fundamental para a manutenção da sua numerosa frota de galeões, buques, traineiras, enviadas e lugres bacalhoeiros.
A planta de um dos seus cercos a vapor o “Portugal 9”, desenhada pelo seu litógrafo Humberto Martins, mostra-nos os detalhes de como era constituída a estrutura desse tipo de embarcações, tão decisivas na pesca da sardinha para as suas fábricas de conservas.
Um interregno na arte da pesca para defesa do Pais
O patrulha-auxiliar Galgo
Com a entrada de Portugal na Grande Guerra, e dada a escassez de meios navais para empenhar no conflito, a Armada procede à requisição de navios civis juntos de vários armadores nacionais.
A 28 de Setembro de 1916 é requisitado ao armador João António Júdice Fialho o pequeno rebocador “Galgo”. Com apenas 25 metros de comprimento e um motor a vapor de 75 cavalos, o “Galgo” é classificado como Patrulha-Auxiliar.
Durante o período em que está ao serviço da Armada tem como missão a vigilância da costa entre Lagos e Sagres. Em Dezembro do mesmo ano foi artilhado com um canhão-revólver Hotchkiss de 37mm, e é com esta modesta peça que a 24 de Abril de 1917 vai enfrentar o submarino alemão U35, em duelo desigual.
Seguindo o “Galgo” em patrulha para Sagres, recebe a comunicação que se encontrava na mesma área um submarino inimigo atacando dois vapores. Navega então junto à costa, tentando dissimular-se contra as altas falésias, quando perto da enseada da Baleeira avista o submarino e dois vapores já atacados. Os cargueiros estão a afundar-se, e as respetivas tripulações remam nos escaleres, em direção a Sagres. O “Galgo” passa ao ataque e faz fogo cinco vezes contra o submarino, mas os seus disparos não alcançam o alvo. Quando o U35 responde ao fogo com a sua peça de 10,5cm uma granada por pouco não atinge o “Galgo”, tornando-se evidente o desequilíbrio entre o armamento dos dois oponentes. Esquivando-se ao fogo do U35, cabe agora ao “Galgo” a missão de socorrer as tripulações dos navios afundados, e tentar ainda alertar para a presença do submarino os outros cargueiros que nessa manhã navegam junto a Sagres. Ao final do dia 24 de Abril de 1917 o “Galgo” tinha recolhido 70 homens, distribuídos por 10 escaleres. Foram intercetados pelo U35 9 navios, dos quais foram afundados 4.
Apesar de praticamente esquecido pela historiografia da Primeira Grande Guerra, o combate entre o “Galgo” e o U35 justificou a criação de uma placa alusiva, a usar na fita de suspensão da medalha comemorativa da campanha. Criada pelo decreto nº2870 de 30 de Novembro de 1916, esta medalha destinava-se a ser usada apenas por elementos de qualquer ramo das forças armadas que tivessem participado em operações no terreno. Tendo o patrulha-auxiliar “Galgo” uma tripulação de pelo menos 15 elementos, presume-se que esta placa tenha tido uma emissão muito pequena, o que a torna uma peça raríssima. Quanto ao Patrulha-Auxiliar Galgo, sobreviveu à Grande Guerra e foi devolvido ao seu proprietário.
Do desenho para o Estaleiro,
do Estaleiro para o mar.
E do mar, para as conservas.
A Loja está desenhada como o interior de um barco, com as suas sólidas curvas em madeira, longarinas, roda de proa e quilha.
Arkhetypos, Atelier de Arquitectura – 2023
O NOME E A MARCA
PENICHE CAN
Peniche Can responde ao desafio de criar uma marca para a celebração da presença da Thai Union neste território, de longa tradição na indústria conserveira e no qual a vida das pessoas está intimamente ligada ao mar.
Tradição, inovação, capacidade, competência, sustentabilidade e aproximação à comunidade local levam à definição de Peniche Can, como marca umbrela, com as sub-marcas, Peniche Can Store, a Loja da Fábrica ESIP, Peniche Can Surf, dirigida à comunidade de surfistas e à ligação desta costa com esse desporto e Peniche Can Fish que homenageia os pescadores, os barcos e o peixe de Peniche, com produtos que resultam da captura piscatória nas águas desta costa, exclusivamente.
O branding de Peniche Can encontrou a sua inspiração em Sebastião Rodrigues, pioneiro do design modernista português e cujo trabalho se distinguiu pela busca da compreensão das raízes da cultura popular portuguesa.
A obra gráfica de Sebastião Rodrigues destaca-se por um culto pela tipografia e pela integração do património cultural português em peças de comunicação mais sofisticadas. O logo marca Peniche Can resulta de uma exploração tipográfica livre na palavra CAN, num respeitoso tributo ao grande mestre.
O lettering, com fontes e pesos muito distintos, vive na forma duma lata de conservas, integrando nesse elemento uma dimensão mais popular, traço característico das peças de Sebastião Rodrigues. Por fim, saliente-se, neste contexto, o uso descomplexado da cor, transversal à marca umbrela, sub-marcas e packaging.Peniche Can celebra este território e as suas gentes, com os olhos postos no futuro.
Uma marca para este território.
As suas pessoas, a pesca e o modernismo português.
Uma homenagem a Peniche, às suas gentes, à indústria conserveira, inspirada na obra de Sebastião Rodrigues e no design modernista português.
Ophelia Estúdio, 2023